A banalização do mal
A banalização do mal é um erro grave com consequências terríveis a níveis individual e coletivo e as artes são o seu maior meio condutor. Um exemplo disso é o personagem que ficou famoso no Brasil nos anos 1990 chamado João Canabrava, que figurava um homem bêbado de forma cômica, passando uma mensagem de incofensividade do alcoolismo, e não faltam exemplos para outros tipos de conduta desviante, como as relacionadas ao homossexualismo, à prostituição e à bandidagem.
É que as artes, como programas de comédia, músicas e filmes, por exemplo, têm um impacto significativo na formação do imaginário da pessoa, especialmente na infância, e fixam, no subconsciente, os critérios de certo e errado. Assim, mesmo que os pais sejam contrários a determinada conduta e assim ensinem aos filhos, estes estarão mais inclinados à prática daquela conduta caso cresçam vendo os pais consumindo entretenimento relacionado àquela conduta.
Isso nos faz lembrar alguns textos corânicos e ditos do Profeta (SAW) que estabelecem a obrigatoriedade de se proibir o mal.
“E que surja de vós uma comunidade que convoque para as boas ações, recomende a prática do bem e proíba a prática do ilícito. E esses são os bem-aventurados.” (Alcorão Sagrado, 3:104)
“Os incrédulos, dentre os filhos de Israel, foram amaldiçoados pela boca de Davi e por Jesus, filho de Maria, por causa de sua rebeldia e profanação. Não se reprovavam mutuamente pelo ilícito que cometiam. E que detestável é o que cometiam!” (Alcorão Sagrado, 5:78-79)
Ibn Mass’ud (R) relatou que o Mensageiro de Deus (S) disse: “Todo profeta anterior a mim, que foi enviado por Deus a uma nação, teve discípulos e devotados companheiros, que lhe seguiram o exemplo e puseram em prática as suas ordens. Porém, depois disso vêm gerações que incitam ao mal, dizem o que não fazem, e fazem o que não lhes é mandado fazer. Pois bem, aquele que os combater com suas próprias mãos será um crente; aquele que os combater com palavras será também um crente, e aquele que os combater com o coração será também um crente. A partir daí não haverá uma mostra de fé, nem que seja do peso de um grão de mostarda.” (Sahih Muslim, 50 a).
Ora, o alcoolismo é responsável por inúmeros males, incluindo problemas de saúde, acidentes de trânsito e conflitos familiares; o homossexualismo acarreta mais doenças sexualmente transmissíveis (DST), ao tráfico sexual de crianças (de acordo com o documentário “The Boy with the Henna Tattoo.” [Publicado pela Australian Broadcasting Company]) e, se praticado em larga escala, pode levar até à extinção da espécie humana pela razão óbvia de que tal relacionamento não gera filhos; a prostituição e a bandidagem também geram consequências terríveis de destruição da família e desordem social e todos são claramentente proibidos pela Sharia (Lei islâmica).
Vemos, assim, que essas práticas devem ser veementemente combatidas, inclusive no âmbito cultural. Aqui, liberalismo e islamismo entram em choque, pois o liberalismo, ao hierarquizar a liberdade individual e a busca pela maximização do prazer acima de outros valores como santidade, família e comunidade, tende a ter uma postura mais tolerante quanto aos desvios supracitados e especialmente quanto às respectivas manifestações artísticas, já o islam, embora reconheça o valor da liberdade individual, a hierarquiza abaixo daqueles outros, razão pela qual o islam se mostra como o critério superior para disciplinar a vida em sociedade.
Portanto, de forma alguma podemos banalizar o mal, mas sim proibir sua prática e censurar seus meios culturais de fomento, sendo certo que o islam é a única forma de fazer isso sem cair na arbitrariedade, pois tem regras claras, objetivas e estáveis.
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