Instinto protetor, poliginia e limites de Deus
Apesar de toda a propaganda em sentido contrário, o homem é, naturalmente, inclinado à proteção feminina. Isso inspira boa parte da literatura e é testemunhado no cotidiano (com diversos casos nos quais um homem arrisca a vida para salvar uma mulher, muitas vezes até desconhecida). Outro instinto inerente ao homem é a poliginia, ou seja, ter mais de uma mulher.
Ambos os instintos são intrínsecos à masculinidade o que equivale dizer que é a forma tal como Deus nos criou. Compreender e aceitar isso é essencial para se ter paz e harmonia, tanto no âmbito individual como no familiar e comunitário.
É certo que não há imperfeição no projeto do Altíssimo, louvado seja. Assim, tanto as nossas inclinações psicológicas como as nossas características físicas são necessárias para nossa sobrevivência e convivência em sociedade. Não que tenhamos de seguir nossos impulsos sem critério; pelo contrário, eles devem ser controlados e domados para que atinjam os fins para os quais foram criados. E é nesse aspecto que entram os limites de Deus.
Deus não nos criou com instintos apenas para nos proibir a fruição deles, como uma espécie de tortura sarcástica. Pelo contrário, Ele nos criou com eles para que pudéssemos desfrutar deles, estando o nosso teste de obediência justamente nos limites estabelecidos dessa fruição, para o nosso próprio bem aqui na terra, e, principalmente, na próxima vida.
“…Esses são os limites de Allah: então, não vos aproximeis deles. Assim, Allah torna evidentes Seus sinais, para os homens, a fim de serem piedosos.” (Alcorão 2:187).
Esses instintos convergem com as prescrições da sharia, pois O Misericordioso determinou que os homens protegessem as mulheres (Alcorão 4:34) e permitiu-lhes ter até 4 (quatro) esposas (Alcorão 4:3). Assim, o comportamento de acordo com a criação divina, respeitando os limites por Ele estabelecidos, proporcionam bons frutos; por outro lado, o excesso acarreta corrupção e desgraça.
O curioso é que seja justamente nos excessos desses dois importantes aspectos da masculinidade (proteção e poliginia) que se apoia um dos maiores males sociais e causa de desgraça dos homens: o feminismo.
Isso porque o instinto protetor masculino logo entra em ação quando está diante do choro feminino ou, de modo geral, da queixa feminina de estar sendo oprimida. O homem logo sente que tem o dever de salvar aquela mulher, pois salvá-la reafirma até a sua própria masculinidade. Mesmo inconscientemente, o homem sente que ele é dotado de mais força para fazer aquilo, para salvar aquela mulher frágil e indefesa.
Esse instinto protetor normalmente é potencializado pela poliginia, pois o homem sente que, salvando aquela mulher, ela o verá como aquele capaz de protegê-la e, possivelmente, passar a ser mulher dele. Então, na inclinação polígina sem limites, o homem quer ter todas as mulheres.
Isso faz com que o homem tenha a tendência em dar razão às queixas femininas, especialmente em relação aos outros homens, pois isso reforça o sentimento de macho forte e protetor. E é aí que o feminismo se cria.
Os homens não vão a outro homem, muito menos a uma mulher, se queixar de estar sendo vítima da opressão de uma mulher. Ainda que fizesse isso, seria ridicularizado. Por outro lado, as mulheres que se queixam da opressão masculina costumam obter apoio, não apenas das outras mulheres, mas, pelas razões supracitadas, também dos homens.
Essas circunstâncias têm gerado uma avalanche de leis que, partindo de casos excepcionais de injustiças sofridas pelas mulheres, alguns dos quais falsos (lembre-se, por exemplo, o caso de José (A.S.) do Egito, Alcorão 12:22-36), anulam o patriarcado, ou seja, o poder conferido por Deus aos homens de impor a Sharia na própria família, uma vez que é próprio do pai ser a representação da lei e da ordem e, da mãe, ser a do carinho e cuidado. Ambos os aspectos são necessários e indispensáveis na família.
A proteção das mulheres deve ser feita nos casos reais e necessários. Deus ordena a justiça e coíbe a obscenidade (Alcorão 16:90), além de estabelecer uma estrutura familiar hierarquizada (Alcorão 4:34), de modo que o homem que cede às queixas femininas em prejuízo das prescrições divinas, está ultrapassando os limites de Deus e, portanto, espalhando a corrupção na terra.
Portanto, é necessário que cada homem esteja ciente dessas inclinações naturais e saiba se portar convenientemente em relação a elas a partir dos limites estabelecidos por Deus. Só assim, haverá paz e harmonia, tanto no âmbito individual como no familiar e comunitário, alcançando, portanto, o bem-estar não apenas nesta vida, mas também, e principalmente, na derradeira.
Share this content:
2 comments