Atos antidemocráticos, paradoxos e demagogias

8 de janeiro 2023

Atos antidemocráticos, paradoxos e demagogias

Em nome de Deus, O Clemente, O Misericordioso!

O dia 8 de janeiro de 2023 foi o ápice de um movimento de inconformismo que tomou boa parte dos brasileiros e culminou na invasão das instalações dos Três Poderes da República Federativa do Brasil (Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal). Não é fácil dizer com exatidão quando a insatisfação popular começou. Certamente, contribuíram para tanto os grandes escândalos de desvio de dinheiro público, como o Mensalão e a Lava-Jato, e a articulação de diversos setores da cúpula burocrática e financeira do Brasil para inviabilizar o exercício do mandato do então presidente eleito Jair Bolsonaro. Sem contar, é claro, com toda a manobra política e jurídica para descondenar Lula da Silva e viabilizar a eleição dele.

As razões para o descontentamento são plenamente justificadas. Contudo, infelizmente, elas foram, ardilosamente, usadas para manipular uma multidão de brasileiros, especialmente os cristãos evangélicos, a serviço de projetos políticos meramente pessoais e egoístas. O apelo ao sentimentalismo irracional foi tamanho que levou uma multidão de homens e mulheres adultos, trabalhadores, responsáveis por famílias, a agir conforme animais ou pior. O dia 8 de janeiro de 2023 foi marcado por atos de depredação e imundície inacreditáveis.

Rapidamente, o evento foi batizado de “atos antidemocráticos” e isso nos tem muito a ensinar. Como pode uma manifestação popular ser antidemocrática, sendo que a ideia de democracia está intimamente ligada ao governo do povo? Certamente, trata-se de uma estratégia de marketing para legitimar a repressão.

É que não pegaria bem dizer que se estava reprimindo implacavelmente protestos populares ao mesmo tempo em que se diz que a ideologia em vigor é a democracia. Então, foi necessário apelar para o sentimento afetivo criado em volta da palavra democracia dizendo que os atos foram antidemocráticos e é só repetir isso várias vezes que o conceito, ainda que paradoxal, cola.

Contudo, toda essa contradição serve para nos mostrar a inviabilidade de um regime de governo, de fato, democrático, pois, na prática, ou não é possível ou não é correto adotar a vontade do povo, até porque o povo pode ser constituído por vários grupos cujas vontades sejam incompatíveis. O que vemos, então, nos regimes ditos democráticos é uma aristocracia demagoga.

Experimentemos, por um instante, substituir a expressão “atos antidemocráticos” para a “atos antislâmicos”. Como soaria isso em nossos ouvidos? Certamente, muitos, automaticamente, já se sentiriam inclinados a dar razão aos manifestantes. Isso serve para evidenciar a falácia daqueles que dizem que os governos laicos, liberais ou democráticos não estabelecem uma ideologia e a impõe. Estabelecem sim e impõem sim. Além do caso em análise, é prova disso os inúmeros Decretos, Regulamentos, Leis, Portarias etc., que são de cumprimento compulsório com ameaça de uso da força policial.

Por fim, nesse caso, encontramos mais uma superioridade do Islam face as outras ideologias, seja porque ele não faz uso da demagogia para dizer que não faz aquilo que faz (no caso, impor a obediência de determinadas normas de conduta consideradas justas com base numa perspectiva ideológica ou religiosa), seja porque o conteúdo mesmo das normas impostas é superior e estável porque vem de Deus.

Que a paz de Deus esteja com os bem encaminhados!

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